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A arte de Felix Sampaio

dezembro 12, 2021Prof. Dr. Joceval Bitencourt

 


Hoje, para a minha alegria, passei parte da minha tarde, assistindo a live do artista plástico Felix Sampaio. Quem é ele? Um louco? Um sonhador? Um grande delirante das artes? Sempre tive profunda admiração pelas artes. Como o passar do tempo, administrando meus parcos recursos, passei a buscar adquirir umas duas obras de arte. Sabia da existência desse grande artista, mas sequer tinha coragem de procurá-lo. Sou um professor de filosofia, sua arte encontrava-se fora do meu alcance. Contentava-me em admirá-las à distância. Um dia, não muito distante, provavelmente depois de uma dose a mais de whisky, tomei coragem e o procurei, queria saber quanto custaria uma obra de arte produzida por ele e se estava em meu alcance adquiri-la. Foi um momento de grande tensão, primeiro em ter a ousadia em entrar em contato com um grande artista; segundo, vou revelar um segredo: ele é meu conterrâneo, nasceu na mesma cidade que eu: Itiruçu. Quando criança já tínhamos nos visto, mas sem grandes aproximações, apesar de nossas famílias se conhecerem. Fiquei um pouco constrangido, achando que ele poderia pensar que eu estava me aproveitando dessa circunstância para adquirir uma obra sua por um valor inferior ao indicado pelo mercado das artes. Mesmo assim, criei coragem e mandei uma mensagem para ele. Ele, sem saber quem eu era, procurei não revelar às minhas origens, foi muito educado e, por falta de tempo, passou o meu contato para a sua esposa, deixando-a com a responsabilidade de tratar do assunto. Encurtando a história, acabei adquirindo duas obras desse grande artista. Para surpresa minha, a sua esposa me falou: "Amanhã Felix passará em sua casa e lhe entregará as duas obras". Fato que me deixou mais nervoso ainda. Eu iria conhecer, pessoalmente, o ARTISTA FELIX SAMPAIO. Foi um encontro muito agradável, com direito a fotos ao lado das obras... coisas de fã!!!!! A vida é mesmo engraçada, nos encontramos tarde, mas já nos conhecíamos desde criança. Lembrava-me, eu com uns 12 anos, ele com uns 9 ou 10, quase que vizinhos, andando pelas mesmas ruas, de uma mesma cidade. Por um breve tempo de nossa infância, já que, não demorou muito, os ventos me levaram para outros cantos..., compartilhamos o mesmo mundo, as mesmas ruas, os mesmos colégios, os mesmos campos de futebol, não o mesmo Estica (kkk), ainda não tínhamos idade para frequentar esses lugares, provavelmente frequentamos as mesmas missas dominicais, na igreja de Santo Antônio. É com uma grande alegria ver como aquele garoto, pobre, assim como eu, chegou, através das artes, a ser um orgulho para uma cidade, para um Estado, para um.... Fico muito feliz em saber que, um pouco dos seus delírios se encontram materializados em minha casa, ao alcance de minha admiração. Hoje, um grande segredo me foi revelado. Apesar do refinamento estético de sua arte, sempre soube que ele nunca frequentou à academia, nunca fez um curso de arte, é um artista que aprendeu com a vida, um autodidata. Como assim? Toda a sua arte é uma inspiração divina? Foi impressa em sua alma pelos deuses? Na hora que Deus foi distribuir os Dons resolveu privilegiá-lo, entregando-lhe os Dons das artes? Tem gente que acredita que o Dom é uma graça divina, não é o meu caso, sempre achei que o Dom é mais resultado da transpiração do que da inspiração. Deus pode ter dado uma forcinha, não duvido, mas o mérito é todo dele. Mas sempre me perguntava: quem inspirou Felix? De onde ele teve suas primeiras influências? Não teve ele um Mestre, sequer? Quem, mesmo sem saber, ensinou-lhe como domar o ferro, o alumínio, a conquistar a resistência do mármore, a dominar a técnica de construir obras em escalas tão elevadas que chegam a tocar o céu, a santificar o barro, dando-lhe formas estética, transformando-os em arte? Hoje, 11/12/21, tudo se esclareceu, o segredo foi revelado. O mundo irá conhecer os seus primeiros inspiradores. A Rua da Lancha foi a sua escola, lá trabalhavam seus primeiros GRANDES MESTRES: Seu Moises, ZÉ Ferreiro, Vardinho Assis, Rosalvo, seu Deija. Temos que agradecer a esses artistas anônimos que, sem que soubessem, estavam forjando, como forjavam o ferro, o couro, a madeira, na alma daquela criança travessa, um artista que embelezaria o mundo com a sua nobre arte. VIVA A ARTE.

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