Bem, espero que os leitores alcancem o que o card. quer dizer, de fato. Segundo Rousseau, o homem encontra-se condenado a não ser plenamente feliz. A felicidade plena é um privilégio dos deuses, só eles são autossuficientes, só eles podem ser verdadeiramente solitários e, como consequência, felizes. O homem, ao contrário dos deuses, é um ser carente de ser, um ser em falta, um ser dependente de um outro ser, que não ele, para ser o que é. Tal dependência o condena a não ser livre, a não conquistar a sua solidão plena, portanto, a não conquistar a sua felicidade. Não sendo possível encontrar a felicidade em si mesmo, o homem sai de si, vai em busca de um outro, para, através dos mais diversos contratos, realizar a sua “felicidade”, no território demarcado pela sociedade civil. Na carência, nos limites de suas fraquezas, o homem humaniza-se, reconhecendo-se como um ser social.
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